Como funciona a primeira consulta psicológica?
Marcar a primeira sessão de terapia costuma vir acompanhada de um misto de expectativas, dúvidas e até um pouco de nervosismo. Afinal, para muita gente, é a primeira vez que se fala de si com alguém que não conhece. Mas, se você chegou até aqui, já deu um passo importante: buscar apoio psicológico é um ato de cuidado e coragem.
A primeira sessão tem um papel essencial no processo terapêutico. É quando se começa a construir a relação entre a pessoa atendida e a psicóloga (o), o que chamamos de vínculo terapêutico. Não é preciso chegar com tudo organizado na cabeça ou saber exatamente o que dizer. O mais importante é estar aberto ao diálogo, no seu tempo, do seu jeito.
Logo no início, a psicóloga(o) costuma explicar como funciona o processo terapêutico: frequência dos encontros, sigilo, honorários, e o que se pode esperar da psicoterapia. Esses pontos seguem as diretrizes do Conselho Federal de Psicologia, especialmente o que está previsto no Código de Ética Profissional, que garante o respeito à dignidade, à privacidade e à autonomia de quem busca atendimento. Alguns profissionais podem pedir para você assinar um termo de consentimento livre e esclarecido, ou um contrato terapêutico explicando as condições do serviço, essa etapa pode variar de acordo com o profissional.
Durante essa conversa inicial, o psicólogo faz perguntas abertas para conhecer um pouco mais sobre quem você é, o que está te trazendo até ali e como tem se sentido. Não se trata de um interrogatório, mas de uma escuta qualificada, em que cada fala é acolhida com respeito. Não há respostas certas ou erradas, o foco está em entender a sua história, seus sentimentos e as situações que estão gerando sofrimento ou inquietação.
Em alguns casos, especialmente nos primeiros atendimentos, a profissional pode realizar uma avaliação inicial para compreender melhor a demanda apresentada. Isso pode envolver perguntas sobre saúde, rotina, relações familiares, trabalho ou escola. Todas essas informações ajudam a construir uma compreensão mais ampla do contexto de vida da pessoa e são importantes para definir, em conjunto, os objetivos do acompanhamento.
Vale reforçar: tudo o que é dito na sessão é sigiloso. A confidencialidade é uma das bases do trabalho psicológico. Ao final da sessão, é comum que o psicólogo e a pessoa atendida combinem os próximos passos. Algumas vezes, já é possível estabelecer a frequência dos atendimentos; em outras, pode ser necessário um tempo maior de avaliação até que se defina o melhor encaminhamento.
Seja qual for o motivo que te levou a buscar uma(o) psicóloga(o), saiba que a primeira sessão não exige perfeição nem grandes revelações. Ela é, acima de tudo, um espaço para começar, com acolhimento, escuta e respeito.