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Depressão pós-parto: reconhecendo os sinais sem culpa

22/07/2025

Saúde Mental

Depressão pós-parto: reconhecendo os sinais sem culpa
Um bebê chegou e novas emoções apareceram? No artigo de hoje, iremos debater o que é a depressão pós parto e o baby blues. Psicóloga Rafaela

Depressão pós-parto: reconhecendo os sinais sem culpa

Ter um bebê é uma grande mudança na vida de uma família. É natural sentir alegria misturada a cansaço, estranhamento ou choro fácil nos primeiros dias. Para muitas famílias, essa turbulência se ajusta sozinha; com algum tempo. Mas, existem complicações mais graves, como é o caso da depressão pós-parto (DPP), um quadro que pode aparecer em qualquer momento dos doze primeiros meses depois do nascimento e que vai além do cansaço ou da “tristeza passageira” das primeiras semanas.

Baby blues ≠ depressão pós-parto
Até 80 % das mulheres sentem o chamado baby blues: choro fácil, sensibilidade e oscilação de humor que surgem nos primeiros dias e costumam desaparecer sozinhos em até duas semanas. A depressão pós-parto, por outro lado, dura mais tempo, traz sofrimento intenso e pede acompanhamento profissional.
 
Principais sintomas
Tristeza ou sensação de vazio que não passa
Choro frequente e irritabilidade
Excesso de preocupação ou ansiedade
Dificuldade para dormir mesmo quando o bebê dorme
Cansaço extremo, dores de cabeça ou no corpo sem causa clara
Culpa, sensação de incapacidade de cuidar do bebê ou de si mesma
Pensamentos de machucar a si ou ao bebê

Esses sinais precisam durar pelo menos duas semanas para fechar diagnóstico e podem aparecer sozinhos ou combinados. Além disso, existem fatores que aumentam o risco: Histórico de depressão, falta de apoio, eventos estressantes recentes, complicações no parto ou privação extrema de sono estão entre os elementos que deixam a mãe mais vulnerável.

Frente a esses sinais, é essencial buscar ajuda profissional: somente um(a) especialista pode confirmar o diagnóstico e indicar o cuidado adequado. O tratamento pode combinar intervenções medicamentosas que sejam seguras para o período de amamentação e psicoterapia.

Por fim, vale ressaltar a importância de uma rede de apoio efetiva durante esse processo: parceiros, avós, amigos, vizinhos, profissionais de saúde podem aliviar carga física, oferecendo escuta sem julgamentos e ajudando a identificar sinais de sofrimento que às vezes passam despercebidos. Quando essas pessoas se articulam, a mãe (ou o pai afetado) encontra tempo para descansar, alimentar-se e cuidar da própria saúde; o bebê recebe cuidado contínuo e afetuoso; e a família pode viver com mais qualidade de vida.

Referência:
RATTI, G. S.; DIAS, S.; HEY, A. P. Sinais e sintomas da depressão pós-parto. Brazilian Journal of Health Review, v. 3, n. 5, p. 15429-15439, 2020. DOI 10.34119/bjhrv3n5-319.
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