Saúde mental na universidade: caminhos possíveis

Ingressar ou retornar à universidade é um grande marco na vida dos estudantes. Junto com o entusiasmo por novos conhecimentos chegam também os desafios, como os horários apertados, grande número de leituras, mudanças de cidade e, muitas vezes, a distância da família. Esse conjunto de expectativas e responsabilidades pode pesar e gerar sofrimento. Não é difícil encontrar estudantes que se veem sobrecarregados por artigos, estágios e reuniões, carregando também preocupações com trabalho e vida pessoa. A pressão por “dar conta de tudo” transforma “pequenos tropeços” em grandes culpas.

Quando o ritmo aperta, alguns ajustes simples podem ajudar a deixar a situação mais leve. Conversar abertamente sobre ansiedade, insônia ou sensação de inadequação com pessoas que possam acolher esses sentimentos e que sejam de confiança pode dissipar parte da tensão. Além disso, inserir pequenos movimentos na rotina podem fazer a diferença: caminhar até a próxima sala, alongar os ombros antes de sentar-se, respirar fundo antes de abrir um e-mail. Essas micro pausas lembram o corpo de que ele existe para além das cobranças acadêmicas.

Outro passo é aproveitar os recursos que a própria instituição oferece. Centros de apoio psicológico, grupos de estudo, monitorias...Verifique os recursos que sua universidade oferece e utilize-os a seu favor. Somado a isso, definir prioridades ajuda a evitar sobrecarga: alguns prazos são inegociáveis, outros podem ser renegociados, e aprender a distinguir o que é essencial daquilo que pode esperar previne frustrações desnecessárias. Vale também investir em redes colaborativas: veteranos que acolhem calouros, calouros que ajudam quem volta a estudar, grupos que compartilham anotações ou apenas escutam criam um círculo de pertencimento.

E se, mesmo diante dos ajustes, a exaustão persistir, a rotina do sono mudar, sensações de irritabilidade e tristeza constantes forem observadas, é importante buscar ajuda profissional. Psicoterapia tanto individual quanto em grupo pode contribuir muito com a melhoria dos sintomas e auxiliar na construção de uma vida mais saudável e com qualidade.

A vida acadêmica, em qualquer idade, pode e deve ser palco de descobertas, trocas e crescimento pessoal. Construir laços, respeitar limites e usar os recursos disponíveis torna o percurso mais leve e prova que estudar não precisa ser sinônimo de adoecer.